... no território do Museu Mineiro

Durante uma oficina no espaço do Museu, O grupo, coordenadores (indicados pela instituição) e inscritos (selecionados através de edital), a partir da oficina, investigam questões caras, e propõem alguma forma de intervenção dentro do Museu. O Museu Mineiro abre-se à pesquisa e experimentação, dando origem a “novos territórios” de reflexões que intervenham entre o acervo e seu espaço expositivo, criando um palco de interações entre o artista mediador e o público usuário, colaborador e co-criador deste processo. Acentua-se, dessa forma, o caráter do Museu como instituição pública, tornando-o um lugar onde os indivíduos vivenciam uma aproximação com a experiência criativa ou, ainda, refletem questões próprias do Museu.

I OFICINA PROJETO TERRITORIO - MUSEU MINEIRO - 2006

A primeira oficina foi realizada pelo grupo formado por Carolina Araújo, Carolina Cordeiro, Clarice Lacerda, Fernando Ancil, Gilda Quintão, José Paulo Neves, Luciana Lyrio, Luiza Rabello e Mirele Brant, orientados por Isaura Pena e Rodrigo Borges. O trabalho finalizado configurou uma mostra no Museu Mineiro, aberta à visitação pública.

Projeto Território

CONCEPÇÃO : Francisco Magalhães - diretor Museu Mineiro

PRODUÇÃO: Marconi Marques, Rafael Perpétuo, Bruna Finelli, Dirce Lacerda e Camila Piastrelli

a Oficina

Um objeto posto no museu, reunido a outros em uma mostra, está amarrado pela corrente de elos forjados com intenção daquele que, com o olhar curatorial, museológico e museográfico, construirá e constituirá a narrativa que o museu se propõe a revelar. Mas, o que nos conta um objeto no museu? Talvez, mais além da intenção daqueles que o organizam e escolhem, o objeto posto à mostra poderá nos falar também de coisas que muitas vezes escaparam, ou não se encontram sob a intenção de quem o escolheu.

Os objetos postos em museu são fragmentos de luz. Parecem ter força própria, emanam...luz. Essa força é algo que se recupera no olhar do espectador que irá tomá-los para si, decodificando-os.

Armados sob o foco da luz que os ilumina dentro do museu, os objetos estáticos, quase como seres que vivem deslocados de seu lugar de origem, perderão aos poucos sua força e cairão atrás da grande árvore da memória. Dentro do museu os objetos se esquecem de que existiram e, às vezes, aos poucos, morrem – uma ironia.

Mostrar objetos configura para o museu um problema de ordem técnica. Fazer com que os objetos funcionem dentro de uma exposição implica trazer-lhes a degradação que a própria exposição acarreta: o manuseio e a exposição à luz...
O grupo de artistas que participou do primeiro módulo do Projeto Território, executou dentro do Museu Mineiro um trabalho instalativo no qual se utiliza a luz – aquela de ordem simbólica e a concreta, forma de energia que ilumina a imagem dos objetos ali expostos.

Esse recurso faz denotar, na Sala das Sessões, a existência de um grande plano negro, suspenso por pequenos pilares. A luz, no trabalho proposto, torna-se o próprio objeto museal a ser mostrado. Dissimulada sob o tablado, a luz permite que se veja o chão, a parede, o teto, a sala e seus ornatos. O lugar museu é denotado através da "ausência" e do deslocamento da luz de sua função original, tornando-a o objeto em si.Na penumbra do museu, no território da memória, irrompe a luz – a arte, a cultura, a história e a tecnologia.

Francisco Magalhães

diretor do Museu Mineiro

Instalação na Sala das Sessões - Território/2006 - Museu Mineiro

fotos Luiz Henrique Vieira

Vigília - Instalação de benjamins na Sala das Colunas/Arte Sacra - Território/2006 - Museu Mineiro - fotos Daniel Mansur

... Foi construído então um "pequeno território", um tablado como o da Sala das Sessões, que foi instalado no primeiro andar do Museu Mineiro. As doações de objetos de valor afetivo e /ou simbólico para constituir o primeiro acervo do tablado foram feitas pelos participantes da oficina e por funcionários do Museu. Desde o dia da abertura da mostra, cada troca têm sido registrada e o tablado fotografado diariamente. A cada momento, surgem e desaparecem objetos inusitados como um chuveiro ou um casco de tatu, além de alguns objetos que apenas aparecem, doações que vêm para provocar mais trocas.

Luísa Rabello

link com fotos: http://museuterritoriotrocas.blogspot.com/

II PROJETO TERRITÓRIO - MUSEU MINEIRO 2007

As salas do Museu Mineiro receberam quatro interferências (Reservas I, II, III, e IV) idealizadas a partir de reflexões e debates, em torno do espaço e acervo do Museu Mineiro, pelos 12 artistas plásticos participantes da oficina: Cinthia Marcelle e Laís Myrrha, artistas convidadas, e os demais artistas selecionados a partir de inscrições - Ariel Ferreira, Camila Gomes, Flávio C.R.O., Luiz Henrique Vieira, Marcela Yoko, Pedro Veneroso, Roberto Andrés, Rosa Araújo, Tales Bedeschi e Walter Trindade.

CONCEPÇÃO: Francisco Magalhães - diretor Museu Mineiro

PRODUÇÃO: Marconi Marques, Bruna Finelli, Rafael Perpétuo, Dirce Lacerda e Camila Piastrelli

Reserva IV - Sala Petrobras / Arte Sacra

As 6 fotos acima são de Daniel Mansur

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as 4 fotos acima são de Marconi Marques

Toda esta sequência de fotos foi feita por Luiz Henrique Vieira

Fotos Luiz Henrique Vieira